Poema genuíno

Como pode de mim que canto
Como pode a ti que lês 
Como depois de tanto, tanto
Despedir-me de vocês 

Não fui sábio nem herói 
Não fui mestre nem artista
Mas a memória que mói
Faz parecer que o que dói 
É deixar uma conquista 

Um poema sem forma, história ou dialeto
O que eu quero é estar sempre aí perto
Pode não ser o mais bonito 
Mas sei que ele foi escrito
Com o meu peito todo aberto

Muito já estou eu a falar
Mas muito quero escutar
Se estás aí a ouvir
Podes apenas sorrir 
E saber que te estou a olhar

Muitos falam em parar
Muitos falam em desistir 
Mas sei agora que posso continuar 
Para sempre a enfrentar
O que está aí por vir

Muito tenho a agradecer 
Em muito pouco que sei dizer 
Mas vivi tanto, tanto
Que não saber falar deste encanto
Deu o valor do viver
Mas como de mim que canto
Mas como a ti que lês 
Que contigo aproveitei esta loucura 
Que torna a vida uma aventura
E o Adeus não ser de vez. ;⁠)

Só posso prometer
Que ainda me vão ver.

Diogo Miguel
Aluno finalista (9.º ano)